JOÃO PIMENTEL - ANA BATISTA e RUI CURTO

SOFIA VITÓRIA e Vasco Agostinho

DIMAS



PÚBLICO NA FESTA de HOMENAGEM

ACÁCIO GUERREIRO - Ilusionista

Cor do texto

GRUPO AMIGOS das LAGAMEÇAS

FINAL da HOMENAGEM ao DIMAS






AS FOTOS DA HOMENAGEM NESTE VÍDEO


ELOGIO NA HOMENAGEM

A DIMAS PEREIRA
Esta festa tem o encanto de vir falar de um homem que toda a cidade conhece e que apesar de ter nascido em Olhão muito contribuiu para o desenvolvimento cultural desta cidade.
Sempre na vanguarda das iniciativas culturais, disponível, solidário, amigo de quem o conhece.
Fundador e dirigente do Circulo Cultural de Setúbal e de muitos projectos musicais desta cidade como sejam :
GRUPO “OS GALÉS”

GRUPO CANTARES
GRUPO D’TRÁZ da GUARDA
BANDA DO ANDARILHO
OS AMIGOS DO KANTO
GRUPO DOS AMIGOS DAS LAGAMEÇAS

Este homem com o seu acordeon tocou em todas as colectividades da cidade.
E percorreu grande parte do Distrito de Setúbal e do País tocando na Música Popular.
Colaborou musicalmente com muita gente do Jazz do Rock da Clássica da Música de Vanguarda e da Música Popular.
Tocou com Poetas e Artistas Plásticos e também no Teatro “Teia” “Presença” “Sobe e Desce” e “Tas”.
Sempre fez muitos espectáculos a solo de música francesa.
Gravou com JOSÉ AFONSO e com os “ OS GALÉS “ em disco.
Não são todas as cidades que se podem dar ao luxo de ter um homem com a verticalidade e a honestidade do DIMAS PEREIRA.
Muita gente contou com a sua capacidade de entrega e a sua sinceridade criativa quer no seu desempenho profissional, quer cultural, para contar com um amigo, um companheiro e um camarada.
Esteve sempre com os mais jovens e na lutas por uma sociedade mais culta .
E se um acordeão tocar com a força do encanto deste Rio Azul nós vamos encontrar nas teclas desta cidade um dos homens que tocou os poetas e fez andar o sonho Mário Regalado foi um dos seus companheiros.
Foi Sindicalista e lutou por uma sociedade mais justa foi preso e anti-fascistas antes de Abril.
Esteve sempre disponível para quem o procurava como amigo e lutou, para que a vida fosse mais justa e a sociedade não fosse tão materialista.
Estava sempre disponível para incentivar os jovens a inovar e desassossegar a comodidade instalada na nossa sociedade.
E porque o DIMAS só tem amigos nós criámos uma Comissão para que seja reconhecido o valor cultural dum homem como o DIMAS PEREIRA.
E solicitámos através da comissão promotora deste reconhecimento ao DIMAS que lhe fosse atribuída a medalha da cidade.
E nós os amigos já estamos a dizer-lhe que a melhor medalha que podes receber é o carinho e a amizade de quem gosta de ti e que nesta mensagem te diz obrigado.
Uma última palavra para a Maria Emília a mulher que sempre o apoio nas suas utopias.
DIMAS .....
A LUTA CONTINUA COM VERDADE.

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MENSAGEM DE RUI DAVID

(HANDS ON APPROACH)


Olá Victor fiz um pequeno texto que gostaría que fosse transmitido ao Dimas em meu nome e em nome dos Hands On Approach:
Dimas:
Tua vida é um sonho que nunca morrerá,
feito chama que nos aquece de orgulho
e nos mantem unidos neste círculo que será
sempre teu,
e que não mais deixaremos destruir!
Queremos fazer parte deste teu sonho
humildes como nos ensinaste
mas sempre, sempre sonhadores!
Com muita admiração e respeito deste teu amigo

Rui David (Hands On Approach)

NOTÍCIAS NA IMPRENSA







Arquivo: Edição de 17-09-2008
CARTA ABERTA

AOS VEREADORES DA CÂMARA SETÚBAL

Carta aberta aos vereadores da abstenção e do voto contra a medalha para Dimas
Não é fácil ser vereador desta cidade. Mas ser vereador desconhecendo a cidade ainda deve ser mais difícil.
É tempo da cidade de Setúbal ter vereadores competentes e que defendam a cidade nas suas mais variadas áreas.
Não é vereador quem é competente, mas sim quem o partido indica. E nisto quem saí prejudicado é a cidade de Setúbal.
Esta carta tem o objectivo de perguntar aos senhores vereadores da nossa cidade se sabem quem é um homem importante da sociedade setubalense chamado DIMAS PEREIRA.
Será que procuraram conhecer qual foi o papel do Dimas nesta cidade como Cidadão, como Homem de Cultura, como músico e como profissional.
Certamente apenas contou o vosso desconhecimento da pessoa ou até o sectarismo político.
Ao tomarem a posição que tomaram, ao absterem-se e ao votarem contra a atribuição da medalha da cidade a um cidadão como o Dimas, os senhores tomaram uma atitude que em nada dignifica o vosso trabalho e que é interpretada como sectária.
Os senhores vereadores, que por um véu de ignorância se abstiveram, não têm uma única realização que se compare ao papel importante do cidadão vertical, integro, e culturalmente empenhado que se chama Dimas Pereira, o qual fez a 16 de Setembro 87 anos.
Só posso entender que a não atribuição da medalha da cidade ao cidadão Dimas Pereira, por partes desses arautos da vida pública, terá a ver com a suas jovens idades e um desconhecimento cultural do que foi a cidade de Setúbal.
Cidade que não respeita o papel que as pessoas desempenham na Cultura dum povo, não tem história para contar às novas gerações.
Setúbal é uma cidade que não tem cultura: não tem uma biblioteca que se preze, não tem teatros, cinemas, auditórios, orquestras, bandas, exposições, nem museu da cidade; é uma cidade pobre culturalmente e os vereadores são responsáveis por isso.
Não dignifiquemos o mau, o óbvio e o descartável contra aqueles que procuram levantar o nível duma cidade que já teve um papel importante na cultura nacional.
Mas temos os vereadores que merecemos, porque o povo de Setúbal continua a permitir que estraguem a cidade ao longo dos últimos 23 anos.
Esta carta aberta é um protesto de quem acha que foi cometida uma injustiça ao Dimas.
O Dimas como homem não reivindica nenhuma medalha porque a principal medalha é não lhe terem dado medalha alguma.
Mas que a merecia, disso não há dúvida; porque um grupo de pessoas ligadas à cultura dos mais variados campos culturais e políticos em 2006 solicitaram à Câmara de Setúbal que lhe fosse atribuída a medalha da cidade e fizeram uma homenagem em Outubro de 2007.

Victor Serra

da Comissão Organizadora da Festa de Homenagem ao Dimas

Esta carta foi publicada no Jornal O Setubalense em 17/9/2008

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Dimas
“O Circulo Cultural incomodava”


Dimas tinha 6 anos quando o pai, anarco-sindicalista, com sonhos que não cabiam no Portugal de 1926, pegou na família, deixou o Algarve e rumou a Marrocos.África surgiu, pois, como fuga à perseguição política de que o operário era alvo, mas, também, como forma, que lhe estava vedada em Portugal, de proporcionar ao filho formação académica.Casablanca foi a cidade onde Dimas cresceu, estudou e aprendeu a tocar acordeão. Regressou a Portugal, com 21 anos. Após cumprir serviço militar, trabalhou, no Algarve, como correspondente de línguas, numa fábrica de conservas. Em 1967, empresa do mesmo ramo convidou-o a vir para Setúbal. O acordeão, com o qual tocava em festas, também veio. Com ele participou em tertúlias no Clube de Campismo, onde “Zeca Afonso era presença assídua”. A PIDE vigiava. Tanta animação fazia desconfiar a polícia política do Estado Novo. Por isso, “pressionou a Direcção, até ela proibir os encontros”.Como resposta, Dimas e “outros frequentadores do clube” fundaram, em 1969 – ano em que a PIDE o deteve pela última vez – o Círculo Cultural de Setúbal (CCS), com sede na Avenida 5 de Outubro. A par da actividade cultural, com a realização de colóquios – “estiveram cá, entre outros, Manuel da Fonseca, Baptista Bastos, Lobo Antunes” –, na nova colectividade, “numa altura em que, em Setúbal, não havia ensino nocturno”, davam-se aulas a adultos. Dimas e José Afonso estavam entre os professores.Depois do 25 de Abril, o CCS, já na Rua Detraz da Guarda, “continuou a ser uma casa de cultura”. Promoveu espectáculos – como, “por exemplo, Adriano e Vitorino, além do Zeca” – e foi local de ensaio de grupos de teatro e de música destacando-se o "Cantar José Afonso" que se realizou durante 9 anos seguidos. Acima de tudo, ponto de encontro, de debate de ideias, de convívio.Apesar disso, na década de 90, fechou. Porquê? A explicação de quem o sonhou e ajudou a fundar: “Tal como o Zeca, o Círculo incomodou antes e depois do 25 de Abri.
Dimas Soares Lopes Pereira nasceu, em 16 de Setembro de 1921, em Quelfes, Olhão, tendo residido em Casablanca, Marrocos – onde fez o curso de Ciências Comerciais –, dos 6 aos 21 anos.Vive em Setúbal há quase 40. Foi um dos fundadores do Círculo Cultural, onde exerceu vários cargos, entre os quais, após o 25 de Abril – “antes, devido ao cadastro político, não convinha...” –, o de presidente da Direcção. Durante a ditadura, a PIDE deteve-o quatro vezes.Como tocador de acordeão integrou os grupos 'Os Galés', 'Traz da Guarda' e 'Andarilho'.
Participou, em 1978, na gravação do LP 'Enquanto Há Força', de José Afonso. Aos 85 anos, continua a tocar acordeão, fazendo parte dos agrupamentos 'Os Amigos de Lagameças' e 'Os Amigos do Kanto'.

Televisão...Programas de informação e cinema Cinema...Vou pouco, vejo em casa Leitura...Dois jornais diariamente Música...Clássica, popular portuguesa e jazz Comida...Sou boa boca, mas elejo a cavala escalada cozida

DIMAS

Para onde levas o sorriso ?
E a luta das noites e das madrugadas...
O cântico do acodeon na voz da Piaf
O tempo do Circulo
E o cântico do Zeca

Para onde levas o tempo que nos deste ?
Em todos os conjuntos que fundaste
E as mágoas das injustiças
E das medalhas de papelão
Que nunca aceitaste

Para onde levas a vida ?
Para onde vais tu ?... Dimas o mestre
Ficamos todos os dias à tua espera
Para tomarmos uma bica contigo
E fumarmos um Português-Suave.

Victor Serra
5/5/2009

Página do Dimas